O jornal ‘O Globo’ em sua primeira página da edição da quarta feira, 16 de junho de 2010, desce a lenha na seleção e, principalmente, no seu treinador. Qual a razão dessa súbita mudança de comportamento? Vamos aos fatos:

Segunda feira, véspera do jogo de estreia da seleção brasileira contra a Coréia do Norte, por volta de 11 horas da manhã, hora local na África do Sul.

Eis que, de repente, aportam na entrada da concentração do Brasil dona Fátima Bernardes – toda-poderosa-primeira-dama-do-jornalismo-televisivo, acompanhada do repórter Tino Marcos e mais uma equipe completa de filmagem, iluminação etc.

Indagada pelo chefe de segurança do que se tratava, a dominadora esposa do chefão William Bonner sentenciou: “Estamos aqui para fazer uma REPORTAGEM EXCLUSIVA para a TV Globo, com o treinador e alguns jogadores…”.

Comunicado do fato, o técnico Dunga, pessoalmente, dirigiu-se ao portão e após ouvir da Srª Fátima o mesmo blá-blá-blá, foi incisivo, curto e grosso, como convém a uma pessoa da sua formação:

“ Me desculpe, minha senhora, mas aqui não tem essa de ‘REPORTAGEM EXCLUSIVA’ para a Rede Globo. Ou a gente fala pra todas as emissoras de TV, ou não fala pra nenhuma…”.

Brilhante!!! Pela vez primeira, em mais de 40 anos, um brasileiro peitava publicamente a Vênus Platinada!!!

“ Mas…” – prosseguiu dona Fátima – “Esse acordo foi feito ontem entre o Renato (Maurício Prado, chefe de Redação de Esportes de ‘O Globo’) e o presidente Ricardo Teixeira. “Tenho autorização para realizar a matéria”.

“Não tem autorização, nem meia autorização. Aqui nesse espaço eu é que resolvo o que é melhor para a minha equipe. E com licença que eu tenho mais o que fazer. E pode mandar dizer pro Ricardo (Teixeira) que se ele quer insistir com isso, eu entrego o cargo agora mesmo!”

 O treinador então virou as costas para a supra-sumo do pedantismo e saiu sem ao menos se despedir.

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