Hoje à tarde acompanhei no pátio da Reitoria um ato político muito interessante. Lá estavam lideranças dos movimentos sociais e várias pessoas irmanadas com a dor e a história dos nossos guerreiros que sofreram na pele a violência da ditadura militar. No ato havia pessoas que foram presas e/ou torturadas durante este trágico período da história brasileira. O Brasil não pode esquecer esta história.
Durante o ato lembrei me de um dos momentos mais importantes para a minha trajetória política e de vida. Devia ter uns 16 anos, quando recebi, quase de forma clandestina, um pequeno livro ( não me lembro do título e nem do autor) que contava as formas de tortura praticadas no Brasil durante a didatura militar. Fiquei muito indignado com o que li. Percebi que não seria um bom brasileiro se não me engajasse nas lutas da esquerda . Eu não poderia ficar omisso mediante aquela história de muita injustiça. Minha vida começou a ganhar um novo sentido. Em seguida , como muitos de nós, li o livro “ Brasil Nunca Mais”, depois, “ As Veias Abertas da América Latina”. Daí a leitura foi , aos poucos se materializando em militância e vida. Hoje agradeço muito, àquele companheiro que me trouxe o “ pequeno livreto”.
Fico pensando comigo de como é importante a nossa juventude ter acesso àquelas informações que eu tive nos meus 16 anos. Possivelmente, poucos se transformarão em um militante. Mas terão, uma oportunidade para sê-lo. Nós devemos isto às futuras gerações.
Assim quero louvar toda iniciativa de resgate desta história. O Brasil tem uma dívida com a sua história. Não há um país sem memória. Nossa identidade enquanto nação só será completa quando tivermos um reencontro verdadeiro com a nossa história.
Aqui registro minha homenagem aos nossos heróis e heroínas brasileiros. Guerreiros e guerreiras que foram torturados pelo simples fato de lutar por um país melhor, justo e democrático. A ditadura silenciou a história de nossos heróis. Não podemos manter este silêncio.
Viva o povo brasileiro!