Governo não paga dívida de cem milhões para educadores,mas dá reajuste de 30% para comissionados

O governo do Paraná deve mais de cem milhões para professores e funcionários de escolas do Paraná. A dívida é referente à valores de avanços na carreira (progressões e promoções) em atraso há vários meses.
Em cada escola temos educadores descontentes com o calote dado pelo governo.
E aí, em um toque de mágica, o governador assina um reajuste de 30% para cargos comissionados. É grande a revolta entre professores e funcionários da rede pública estadual.

Publicado no Diário Oficial nº. 9118 de 6 de Janeiro de 2014

Súmula: Dá nova redação ao caput do art. 2° do Decreto de n° 3.828/2008, alterado pelos Decretos nº 1.783/2011 e nº 2.971/2011.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO PARANÁ, no uso das atribuições que lhe confere o art. 87, incisos V e VI, da Constituição
Estadual e com fulcro nos arts. 14, 157 e 172 da Lei n° 6.174, de 16 de novembro de 1970,

DECRETA:

Art. 1º O caput do art. 2° do Decreto de n° 3.828/2008, alterado pelos Decretos nº 1.783/2011 e nº 2.971/2011, passa a conter a seguinte
redação:
“Art. 2° A gratificação de encargos especiais prevista no art. 1° será paga em valor fixo, de acordo com a simbologia do car go ou
função, tendo como base a tabela vigente, acrescida de trinta por cento para os cargos de simbologia “DAS”, “C” ou Função.”

Art. 2º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Curitiba, em 06 de janeiro de 2014, 193º da Independência e 126º da República.

Carlos Alberto Richa
Governador do Estado

Cezar Silvestri
Secretário de Estado de Governo

Um poema de ano novo

Amanhã, mais um ano novo!
Como hoje, o sol vai nascer imponente
Pássaros vão cantar
E em vários lugares do mundo pessoas vão se abraçar.

Amanhã, mais um ano novo!
Como hoje, a madrugada virá em forma de presente
Gotas de orvalho a relva solitária vão acariciar
E um sorriso de criança continuará a nos emocionar.

Amanhã, mais um ano novo!
Sentiremos as últimas horas do velho já de partida
Ao som de melodias carregadas de expectativas
Embebidas do doce sabor da esperança.

Amanhã, mais um ano novo!
Novo que não existe sem o velho.
O novo é fruto, é síntese.
Síntese do que já vivemos com o que desejamos viver
Do que construímos com o que queremos construir
De que somos e o que queremos ser.
Novo e velho são partes da mesma caminhada.
O novo é ousadia.
É horizonte. É ponte, é travessia.
É possibilidade de melhores vias.

Amanhã, mais um ano novo!
Promessas e desejos de um tempo especial.
Mais amor, solidariedade, companheirismo e felicidade.
Mais dança, sorrisos, abraços e liberdade.
Mais afeto, compreensão, paz e humanidade.
(Luiz Carlos Paixão da Rocha)

Feliz 2014.

Boas festas!

Aqui registro o meu agradecimento a todos aqueles e aquelas que, em 2013, fizeram parte da nobre luta em defesa da educação pública e da valorização dos educadores e educadoras de nosso país. Só a luta pode encurtar a distância entre o que desejamos e a realidade que vivemos.
Em 2014, vamos continuar juntos para enfrentarmos novos desafios. Aos amigos e amigas agradeço o apoio de sempre.
No vídeo faço um pequeno balanço do nosso trabalho na APP, e dos próximos desafios.

Em defesa do feriado de 20 de novembro

Comunidade negra faz mobilização histórica em frente do Tribunal de Justiça e da Associação Comercial do Paraná.

Terça-feira, dia 12 de novembro. Dia que ficará na história do movimento social negro de Curitiba e do Paraná. Neste dia centenas de lideranças, representando entidades do movimento social negro de Curitiba, movimentos sociais, centrais sindicais (CUT e Força Sindical) estiveram em frente ao Tribunal de Justiça e da ACP, para mostrar indignação e repúdio à decisão judicial, que suspendeu em caráter liminar, o feriado municipal de 20 de novembro, recém conquista da população de Curitiba.
A Lei Municipal 14.224, que institui o feriado de 20 de Novembro foi promulgada em janeiro deste ano. No entanto, a Associação Comercial do Paraná e o Sinduscon ingressaram com uma ação judicial solicitando o cancelamento do feriado. Em um primeiro momento os impetrantes não tiveram o seu pedido atendido pelo judiciário. Não satisfeitos entraram com recurso, e no dia 04 de novembro o Tribunal de Justiça, sem buscar os contra-argumentos da outra parte interessada na questão, concedeu liminar suspendendo o feriado.
A comunidade negra deu o seu recado. O Tribunal de Justiça do Paraná e a ACP, em toda a sua história, não havia recebido uma manifestação como a realizada no dia 12 de novembro. Às 13 h levou a sua indignação ao Tribunal de Justiça. Às 15h30 manifestou-se em frente à Associação Comercial do Paraná em atos político marcado pela unidade, coerência política, demostrada também através de apresentações político-culturais.
Foi muito bonito ver lideranças históricas e a juventude negra irmanadas na defesa do feriado de 20 de novembro.

Para aqueles que se somam aos argumentos utilizados por setores retrógrados da sociedade, de que a lei seria inconstitucional, de que o feriado trará prejuízos financeiros; e o mais senso comum de todos, de que , se tivermos um dia de consciência negra haverá de ter também o dia da consciência branca, digo o seguinte:
“ Infelizmente, ainda hoje, em nosso país, todos os dias são da consciência branca. E esta consciência branca foi implantada a partir da exploração e do sacrifício da população negra que aqui foi escravizada por quase 400 anos. Para naturalizar o processo de escravização, as contribuições que os povos negros trouxeram para a humanidade foram propositalmente silenciadas. Os danos deste processo são visíveis em qualquer análise séria dos indicadores da vida social brasileira. Há uma dívida econômica e simbólica do estado brasileiro com a população negra. Diante disto, só temos duas alternativas, ou fechar os olhos e fazer de conta que está tudo bem, ou implantar algumas políticas de afirmação econômica e simbólica com foco na população negra. Sei que é mais cômodo usufruir das principais riquezas deste país produzidas através da inteligência e do trabalho escravizado dos negros, e não se preocupar com a situação em que vivem as vítimas deste processo desumano. Não vamos compactuar com este comodismo.”
A postura da ACP, do Sinduscon e do Tribunal da Justiça é atrasada e retrógrada. Não condiz com os avanços democráticos que a sociedade brasileira tem conquistado no último período.

Justiniano Clímaco, médico negro londrinense que marcou a história do Paraná

Justiniano Clímaco nasceu preto e pobre e se tornou doutor

Por Laura Greenhalgh
publicado no Estadão

Espetáculo patético. Médicos estrangeiros são obrigados a cruzar um corredor polonês de manifestantes em jalecos brancos gritando slogans que julgam ser de grande elevação espiritual – “Revalida!”, “volta pra casa”, “escravo, escravo…”. A nau dos insensatos parecia ecoar no dia seguinte, na imagem publicada de um médico cubano, negro, visivelmente constrangido pelo protesto de que era alvo, em Fortaleza. E as insanidades prosseguiram: da tuiteira que indaga como lidar com médicas parecidas a domésticas a comentaristas tratando os vaiados como “agentes cubanos”. É triste, bate até um desalento. Não funciona dizer que é culpa do governo, saída fácil a escamotear o pior. Trata-se de preconceito.

Sabemos não é de hoje que a medicina no Brasil se fez uma profissão tão branca quanto a roupa que distingue seus profissionais – apenas 1,5% deles se declaram negros, segundo o IBGE. Dado estatístico, de uma constatação empírica – afinal, quantos clínicos ou cirurgiões negros você conhece? Não é de hoje que este país sofre da má distribuição de seus médicos, o que faz com que vastidões continuem desassistidas para o atendimento básico, o que dizer então dos casos em que se requer atendimento especializado. Como não é de hoje que, embora tenhamos o SUS, predomina em nossas vidas, bem como em nossas expectativas de futuro, a visão mercadológica da medicina, no sentido de que o melhor estará sempre reservado a quem pode bancar. Mas, ainda que saibamos de tudo, vale indagar se os atores do protesto terão vaiado apenas os profissionais de fora, inscritos no programa oficial.

Farmácia Maria Isabel na Avenida Paraná em Londrina. Na porta, o médico Dr. Justiniano Clímaco da Silva. Década de 1940. Autor: desconhecido. Fonte: História de Londrina

Saiu vaiada a medicina social brasileira. Como saíram vaiados profissionais que deram e dão duro para fazer com que a saúde seja um direito de todos neste país. Hoje pretendo usar este espaço para lembrar de um deles, por coincidência negro e, mais coincidência ainda, neto de escravos.

Chamava-se Justiniano Clímaco da Silva, mas a clientela o tratava como “Doutor Preto”. Fez história no Paraná, precisamente em Londrina, onde trabalhou até morrer, em 2000, aos 93 anos. Destacou-se numa cidade muito pobre até idos de 1930, depois enriquecida pela cafeicultura – cidade em cujos anais consta a saga vitoriosa dos colonos brancos, de origem europeia, nem tanto a força de trabalho dos negros libertos. E não foram poucos – no século 19, os escravos representavam 25% da população do Estado.

Pois bem, Justiniano Clímaco nasceu preto e pobre em Santo Amaro da Purificação, na Bahia, em 1908. Filho de carpinteiro e criada doméstica, cismou de imitar o Dr. Bião, médico da cidade. Queria ser como ele. Então virou preto, pobre e pretensioso. Tanto fez que lhe arrumaram estudos num seminário e cama na casa de uma tia em Salvador. Daí, preto, pobre, pretensioso e persistente, não virou padre, mas bacharel em Ciências e Letras. Depois virou professor do ginásio, deu aulas de matemática e latim, o que pagaria o preparatório para a Faculdade de Medicina da Bahia. Entrou. Fez o curso. Formou-se em 1933 numa classe com 95 alunos, contabilizados aí uma única mulher e ele, o único negro. Topou com a notícia de que a Companhia de Terras Norte do Paraná, firma inglesa que loteava uma vasta área do Estado, recrutava braços para a lavoura, apesar do avanço do tifo e da febre amarela. Pensou: se tem doença, precisa de médico. É lá que eu vou.

Assim começa a maior viração do Doutor Preto, 50 anos de clínica, mais de 30 mil pacientes, fundador de hospitais na região e tema de trabalho acadêmico de Maria Nilza da Silva, da Universidade Estadual de Londrina (UEL). A pesquisa da socióloga, da qual participou a aluna Mariana Panta, dá conta de um “escravo da medicina”, usando expressão do médico cubano vaiado em Fortaleza. Justiniano Clímaco chegou em 1938 a uma Londrina sem luz elétrica para acionar o infravermelho que trouxe de Salvador. Fervia e flambava os próprios instrumentos, não tinha raio X, anestesiava os pacientes com máscaras de clorofórmio, rastreava tumores por apalpação, ouvia pulmões e corações longamente. Dizia: “Clínica geral tem que ser feita assim: sem pressa”. Foi pioneiro no uso da penicilina ao tratar doenças sexualmente transmitidas, que proliferavam numa fronteira agrícola com gente de tudo quanto é lugar. Com o tempo, arrumou um Ford 28 para atender na roça e levar casos graves até Curitiba – 400 quilômetros por terra, dois dias de viagem.

Cobrava de quem tinha para pagar. E aceitava uma leitoinha, ou um queijo caseiro, por serviços prestados. Da clínica que abriu inicialmente, Casa de Saúde Santa Cecília, passou a se articular com os mais influentes para criar instituições como a Santa Casa de Londrina e a Sociedade Médica de Maringá. Chegou a arrancar do presidente Dutra os tostões necessários para um hospital de tuberculosos em Apucarana, depois transferido para Londrina. Hoje ali funciona o Hospital Universitário, centro de referência médica do norte do Paraná. Um belo dia Doutor Preto achou que seria bom provar do poder. Disputou uma vaga como deputado estadual, foi o quinto mais votado, mas odiou os anos na política, vividos solitariamente numa pensão em Curitiba. Queria voltar para a clientela. E dela não mais se separou.

Voltou também para a garotada do ginásio, ele que se tornara poliglota – falava além de grego e latim, alemão e francês. Perguntavam-lhe por que dar aulas, afinal, já suava o jaleco. “Docendo discitur”, respondia. Ensinando é que se aprende. Só um dia perdeu as estribeiras com paciente.

O sujeito marrento o interpelou no corredor do hospital, perguntando pelo Doutor Clímaco. Ouviu um naturalíssimo “sou eu”. E rebateu com um insultuoso “não vem não, negão, vai logo chamar o médico”. Preconceito não só fere, como turva os sentidos. Justiniano Clímaco agarrou o homem e jogou-o no rua. Sem consulta. Fez cardiologista seu único filho, adotivo, e doou tudo para a cidade, inclusive a maleta de médico. A casa onde morou até morrer foi derrubada, mas seu nome continua de pé numa unidade básica de saúde. Neto de escravos, Doutor Preto teria algo a dizer aos médicos brasileiros que hoje vaiam médicos cubanos.

Medo de acampamento faz governo assumir pagamento de dívidas aos profissionais da educação do PR

O medo de um acampamento em frente ao Palácio fez o governo do Estado anunciar o pagamento de dívidas aos professores e funcionários das escolas públicas do Paraná. Na noite anterior a mobilização o governador emitiu nota falando dos pagamentos mas, sem estabelecer folha complementar e , sem incluir os funcionários. No dia seguinte, o governo assumiu o pagamento de uma parte em uma folha complementar até o dia 15, e outra, na folha de setembro.
O anúncio de um possível acampamento em frente ao Palácio do Iguaçu foi decisivo para isto.
Agora é aguardar a folha complementar. Caso não venha, assembleia estadual e acampamento.
Abaixo entrevista que concedi no início da manhã do dia 30 de Agosto!

http://ricmais.com.br/pr/parana-no-ar/videos/professores-da-rede-publica-realizam-protesto-e-relembram-agressao/

30 de Agosto completa 25 anos!

Professores (as) e funcionários (as) das escolas públicas do Paraná realizam no dia 30 de Agosto paralisação estadual.
Uma grande mobilização ocorre em Curitiba e nas principais cidades do estado.

Aqui depoimento para a campanha: 30 de Agosto, o dia que a educação jamais vai esquecer!


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