Diagnóstico da educação no país

Confira uma entrevista de Luiz Carlos Paixão concedida à revista Educação, n 100.

Qual o diagnóstico que você faz da educação básica no Brasil? Quais os principais problemas, avanços e retrocessos que a educação vive?

Para nós, é fundamental que o nosso país dê um salto de qualidade na educação. Por isso, julgamos fundamental um sólido investimento na educação básica brasileira. Nessa área, o país tem uma série de desafios que devem ser enfrentados de maneira articulada e planejada. Destacamos alguns: universalização do acesso à educação básica – no ensino fundamental atingimos cerca de 97% do universo de crianças em idade escolar. Ainda faltam 3%; um número muito grande de crianças sem estudar. No ensino médio, a situação é mais complicada ainda. Dos estudantes que concluem o ensino fundamental, menos de 30% alcançam o ensino médio.
Outra questão não menos preocupante diz respeito ao acesso à educação infantil. Segundo o IBGE (Censo de 2000), apenas 23% de crianças de 0 a 6 anos de idade freqüentam creches e pré-escolas. Permanência dos estudantes na escola – esse é outro desafio a ser enfrentado. A preocupação com a diminuição da evasão e da repetência tem acompanhado grande parte dos debates da educação. Os governos e os educadores têm enfrentado essa questão. No entanto, ela não se resolve de maneira isolada. Continue lendo »

Lei 10.639/03: contribuindo para superar a ideologia de dominação racial

A lei 10.639/03 pode constituir-se como uma ferramenta importante para o combate ao racismo e consequentemente, para a superação do quadro de desigualdades raciais e sociais presente na sociedade brasileira. Infelizmente, para a grande maioria dos envolvidos no processo de educação escolar, a relação entre raça/racismo e educação passa despercebida. Esta parece ser invisível, aos olhos dos brancos, amarelos, índios e dos próprios negros. Perpassa pelos bancos escolares uma névoa ideológica, “quase imperceptível” de sustentação à crença de inferioridade do grupo negro e de naturalização das desigualdades. Para tanto, a Lei 10.639/03 deve atuar no sentido de desvelar construções ideológicas que deram suporte à efetivação do quadro de exclusão social da população negra no país, como a da inferioridade do negro e a do mito da democracia racial brasileira.

Para compreender a situação da população negra no país e estabelecer ações para transformá-la, é preciso compreender e superar essa “névoa ideológica” produzida pelas relações de dominação no Brasil. Os colonizadores e em seguida, a recém elite capitalista brasileira utilizaram-se de uma série de idéias para justificar a escravidão de africanos, bem como manter os negros à margem das novas relações sociais oriundas com o trabalho livre. No primeiro momento, é constituída um conjunto de idéias no campo da ciência, do Estado e da religião, a fim de justificar a escravidão e facilitar a administração dos escravos. Esse conjunto de idéias, aqui denominado “Ideologia de Dominação Racial”, construiu uma imagem do negro irreal, porém, hegemônica para os dominantes da época. Assim, os negros e indígenas eram considerados seres inferiores e não civilizados.

No campo da ciência difundiram-se estudos que propagavam a inferioridade dos negros e a superioridade dos brancos. Um deles, o Ensaio sobre as Desigualdades das Raças Humanas do Conde de Gobineau, que ganhou certa notoriedade no Brasil, afirmava “quanto mais diluído o sangue branco/ariano maior a decadência!” Desta forma, as raças menos humanas precisariam estar a serviço dos projetos de sociedade das raças superiores. Continue lendo »

Por que marcham os professores?

Feriado de Corpus Christi, quinta-feira, sol quente. Alguns olhares de surpresa, outros de estranhamento, uns de solidariedade voltam-se para um grupo de caminhantes à beira da rodovia, próximos à cidade de Ponta-grossa. Em fila dupla, com passos firmes e seguros, trazem um novo visual para as margens da estrada. As bandeiras e faixas, aos poucos vão os identificando. São educadores: professores, estudantes e funcionários de escolas.

Da janela de um carro, a curiosa pergunta. Por que marcham os professores? Continue lendo »


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