Aos filiados e filiadas do Partido dos Trabalhadores
Neste ano, festejamos o 32º aniversário de fundação do Partido dos Trabalhadores. Todos nós militantes temos muito o que comemorar! Nosso partido se consolidou como um dos maiores fenômenos sociais e democráticos da realidade brasileira. Isto, por sua ousada história de resistência à ditadura, pela luta em defesa das liberdades democráticas, da emancipação humana e o firme propósito de melhorar as condições de vida do povo brasileiro. Esta história foi construída por milhares de homens e mulheres espalhados em todo o país. Onde há sinais de injustiça social, esta lá um companheiro ou uma companheira fazendo a denúncia e organizando a luta. Assim, crescemos e fomos superando o MEDO propagado pela elite brasileira contra o PT. A ESPERANÇA, aos poucos, venceu o medo e o preconceito! Esperança que tem se consolidado em ações de luta.
A partir destas considerações, quero estabelecer com você um diálogo sobre a participação do PT nas eleições municipais de Curitiba. Nosso partido vive um momento muito interessante, repleto de desafios e possibilidades. Nunca, na história, o PT foi tão bem avaliado pela população paranaense e curitibana. Isto reflexo das políticas do nosso governo federal e da luta constante da nossa militância. Desta forma, entendo que não podemos abrir mão de apresentar para os eleitores e eleitoras uma candidatura própria do PT para a prefeitura de Curitiba.
Tenho ouvido atentamente os argumentos dos companheiros e companheiras que abertamente defendem o apoio ao pré-candidato Fruet do PDT. As razões apresentadas precisam ser avaliadas respeitosamente, assim como a posição de candidatura própria. Sem sombra de dúvidas, a decisão que os filiados do PT tomarem em Curitiba terá impacto na disputa eleitoral para o governo do estado em 2014.
Em Curitiba está a maior força do atual grupo político que comanda o governo estadual. Grupo que, ao longo dos anos, agrega grandes conglomerados econômicos, a grande mídia e os setores conservadores do Estado. Estamos há mais de 20 anos com a mesma política: concentração de renda e favorecimento dos setores econômicos em detrimento da população pobre. Lerner, Tanigushi, Beto Richa e Luciano Ducci foram e são comandantes deste projeto de exclusão social.
O argumento de que o apoio do PT à candidatura Fruet, no primeiro turno, potencializa um racha deste grupo e fortalece a oposição no processo eleitoral de 2014 é questionável. Não vejo sinais concretos de um rompimento programático do candidato Fruet e do seu novo partido com este bloco político. Vejo o contrário: parlamentares do PDT, tanto na Assembleia Legislativa, quanto na Câmara Municipal, continuam na base de apoio a Ducci e na base de apoio de Beto Richa. Pessoas da confiança de Fruet ainda ocupam cargos estratégicos dentro destes governos.
Por que uma candidatura do PT em Curitiba?
Uma candidatura própria do PT em Curitiba, além de fortalecer o nosso projeto de ação política, estabelece um diálogo necessário com o conjunto da sociedade curitibana a respeito das políticas do governo federal aqui desenvolvidas. Hoje, o que se vê são grupos surfando politicamente junto à população mais carente, na onda das políticas federais.
Curitiba está em uma encruzilhada. O modelo de planejamento e de gestão implantado pelo grupo político (PSDB/PSB/PPS/DEM) chegou ao seu esgotamento. A cidade enfrenta problemas estruturais. Nossa capital precisa, urgentemente, de um novo planejamento estratégico e de um novo ordenamento político, a fim de ampliar as políticas sociais dirigidas a maioria da população. E em todas as áreas: de planejamento urbano a controle social, de habitação a saúde, de educação a meio ambiente, entre outras. Será necessário coragem e ousadia para trazer à tona temas centrais para a população e, junto com sociedade organizada, construir alternativa a cada um deles numa gestão democrática e popular.
O PT tem, por exemplo, toda a legitimidade para questionar os contratos de concessão do transporte público da cidade. Temos legitimidade para nos opor aos contratos de terceirizações que andam a galope por aqui. O PT, mais que qualquer outro partido em Curitiba, tem legitimidade para questionar a atual política de habitação da cidade e o atual modelo de gestão . Fruet, apesar de ser candidato contra a Ducci, que é apoiado por Richa, terá dificuldades para propor um novo modelo de cidade, pois, até julho do ano passado, se propunha a ser candidato a prefeito pelo PSDB, para dar continuidade ao modelo tucano de governo em Curitiba.
Depois de três eleições municipais, o PT precisa amadurecer e atualizar suas propostas para transformar a cidade. Temos uma história que fundamenta a tese de que onde o PT governa dá certo. Abdicar da possibilidade de ter candidatura própria, e de estabelecer um diálogo com a população de Curitiba, me parece um equívoco. Mas o que considero pior é o efeito de um possível apoio no primeiro turno ao Fruet. Para o cidadão e a cidadã comum, esta ação fortalece o discurso de que os partidos são todos iguais. Ora juntos, ora separados, disputando fatias de poder. E é ainda mais temeroso para o resultado eleitoral das candidaturas petistas para a Câmara Municipal. Fazer campanha para vereador na base social e eleitoral do PT com o candidato a prefeito de outro partido nos trará, certamente, enormes dificuldades.
Finalizo fazendo um chamado a cada militante e a cada filiado e filiada do nosso Partido. Este é o momento do PT. Vamos somar forças para elegermos o primeiro prefeito petista da história de Curitiba, como já fizemos em Londrina, Maringá e Ponta Grossa. Qualquer um dos nomes apresentado até o momento tem condições de fazer a disputa. Eu apoio a pré-candidatura do companheiro Tadeu Veneri, mas o mais importante é o PT ter candidato próprio.
A ousadia sempre foi a melhor marca do PT e de seus filiados. Vamos continuar ousando! É hora de acreditar na força da nossa estrela e da nossa militância! No dia 15 de abril vote pela candidatura própria do PT para a prefeitura de Curitiba!
Luiz Carlos Paixão da Rocha (Prof. Paixao ) é professor da rede estadual do Paraná. Mestre em Educaçao pela UFPR e Dirigente estadual da APP-Sindicato.
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