Fiquei muito feliz nesta segunda-feira, quando soube do resultado do prêmio Camões – 2012, vencido pelo nosso contista Dalton Trevisan – uma das mentes mais nobres da nossa Curitiba.
Li boa parte da obra do Dalton Trevisan. Um espetáculo. Para além da aproximação literária tive o privilégio de conhecer o ser humano Dalton.
Durante os anos que cursei o curso de Letras noturno na UFPR trabalhei em uma famosa rede de livrarias na nossa capital. Neste período estabeleci uma relação de amizade com o Dalton. Praticamente, o recebia na livraria todas as tardes para um chá regado de conversas sobre literatura, sobre Curitiba, personagens da cidade e, impressões do cotidiano. Ora ou outra era presenteado com um livro ou com um manuscrito impresso em folha sulfite. Em alguns até consegui um autógrafo. Mas ele dizia: “Esta é a parte que eu menos gosto… ” Tenho uma gratidão muito grande ao Dalton. Dele recebi muitas dicas de bons livros, de bons filmes e para a vida. Lembro como hoje o debate que fazíamos sobre a personagem Capitu em Dom Casmurro: ” Se Capitu não traiu Bentinho, Machado de Assis não era Machado de Assis “, dizia ele. Lembro também o impacto que tive a ler três livros, indicados por Dalton que muito me marcaram: A Morte de Ivan Ilich, a Metamorfose, e o Apanhador no Campo de Centeio.
Vi por diversas vezes o sorriso largo e comedido do Dalton. Vi também o seu cuidado e a sua desconfiança com as pessoas. Quando percebia que alguém o reconhecia, mais que rapidamente fazia meia volta e voltava ao seu trajeto cotidiano.
Parabéns Dalton Trevisan!
Parabéns aos deuses da literatura e da palavra!
Mais informações sobre o prêmio:
http://entretenimento.uol.com.br/noticias/efe/2012/05/21/dalton-trevisan-vence-o-premio-camoes-de-literatura.htm
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