Presente de natal! Findando o ano várias câmaras municipais aprovaram aumento de salário dos vereadores

Sem debate público, e quase às escondidas,  diversas câmaras municipais aprovaram  nos últimos dias deste ano percentuais significativos de aumento dos salários de seus  vereadores.  Nas principais cidades  a imprensa noticiou o fato. Em Londrina, o aumento chegou a 109,6%. Em Maringá à 90,43%.  Em 2013, os vereadores de  Cascavel iniciarão o mandato com um ganho a mais de  55%; em Apucarana 50%; em Sarandi 45%. Em Curitiba, os vereadores aprovaram um aumento de 28% , mas um salário extra a cada ano. Ainda houve aprovação em Ponta Grossa e Foz do Iguaçu.

O aumento valerá para a próxima legislatura. Porém , a maioria dos vereadores já contabilizam vitória nas eleições de 2012. Não deixa de ser uma legislação em causa própria.

Não sou contra que os vereadores recebam salários, e estes devam ser reajustados. Porém, estes não podem ser abusivos e se corrigidos, devem ter como ponto de partida, o mesmo critério para a  correção  utilizada pela maioria dos trabalhadores; ou seja  a inflação.

Neste sábado (17/12) tem Assembleia Estadual da APP-Sindicato

Professores e funcionários se reúnem,a partir das 8h30, no salão da Paróquia Santo Antonio no Orleans

Neste sábado, educadores de todo o estado participam da Assembleia Estadual da APP-Sindicato. Os presentes irão definir um calendário de mobilização já para o início do ano de 2012. Um dos principais itens que a categoria reivindica é a implementação da legislação nacional que prevê de 33% de hora-atividade na jornada de trabalho dos professores. A hora-atividade é um tempo, dentro da jornada de trabalho do professor, destinado a realização de atividades na escola fora da sala de aula, como, preparação de aulas, correção de provas, atendimento à estudantes, planejamento pedagógico, entre outras.

A luta pela hora-atividade é antiga em todo o país. Aqui no Paraná, em 1996, os educadores lançaram, através da APP-Sindicato a campanha “ Chega de trabalho escravo! Hora-atividade já!” Após um processo intenso de luta, culminando com uma greve no ano de 2000, conquistamos em 2001, 10% de hora-atividade. Percentual ampliado para 20%, em 2003, após negociação com a equipe de transição do governo Requião.

A luta no Paraná, e em nível nacional fez com que em 2008 fosse publicada a Lei Nacional 11.738 que institui o Piso Salarial Nacional Profissional para os educadores de todo o país. A nova legislação trouxe, além de um Piso Nacional, a obrigatoriedade de destinar 1/3 da jornada de trabalho dos professores para a hora-atividade. Uma grande conquista, mas que ainda não foi implantada no Paraná. O empecilho era uma Ação Direta de Inconstitucionalidade que tramitava no Supremo Tribunal Federal a pedido de cinco governadores. Em maio deste ano, o Supremo declarou constitucional a Lei do PSPN. O atual governo do Paraná implementou o valor do Piso, mas não o 1/3 de hora-atividade.Sempre é bom lembrar que a luta da APP-Sindicato e das entidades representativas dos trabalhadores em educação do país é de 50% de hora-atividade.

A Assembleia Estadual da APP-Sindicato refletirá a preocupação da categoria com a reivindicação da hora-atividade. Há um quadro de adoecimento nunca visto no meio dos educadores. A jornada de trabalho do professor está cada vez mais desgastante. A ampliação da hora-atividade com certeza irá contribuir com a melhoria das condições de trabalho dos educadores e, com a ampliação da qualidade da educação do Paraná. Além da hora-atividade, a Assembleia da APP tratará de outros temas importantes para a carreira de professores e funcionários, como o atendimento a saúde, o cargo de 40 horas, concursos públicos, adequação nas carreiras, entre outros.

A máscara caiu! Com as OS governo Beto Richa inaugura nova fase

Movimentos sociais questionam modelo de gestão do Estado

A aprovação do PL 915 na Assembleia Legislativa (AL), nesta semana, inaugurou uma nova fase no governo Beto Richa

De forma arcaica, utilizando-se do seu rolo compressor, sem nenhum debate e “à toque de caixa”, o governo conseguiu a aprovação da Lei das Organizações Sociais no Paraná. Com esta medida, o governo radicaliza o seu projeto de reordenamento da gestão do estado no Paraná, através da parceria com a iniciativa privada.

A aprovação do projeto era questão de honra para o governo. O desespero de sua base parlamentar era visível. Por muito pouco não tivemos uma tragédia na AL, que só não aconteceu devido à cautela dos representantes dos movimentos sociais. O governo deu todos os sinais de que utilizaria a força militar para desocupar o plenário para que os deputados votassem sem público (e remorso) o PL das OS.
Mesmo com todo o autoritarismo, a atitude de Beto Richa é coerente com o projeto de estado defendido há anos pelo seu grupo político. Este é signatário das teses do (neo) liberalismo que coloca o mercado como o grande regulador da sociedade – menos Estado e mais mercado. O modelo de Organizações Sociais é um dos exemplos mais acabados deste ideário. O estado repassa suas atribuições para estas mediante volumosos repasses de recursos públicos. Estes são distribuídos com critérios quase sempre questionáveis e fiscalizados (caso isso aconteça) de forma precária.

Contraditoriamente, esta nova fase do governo Richa inicia-se em um momento de intenso questionamento às teses neoliberais em todo o mundo que, aparentemente estão derrotadas (vide as crises econômicas enfrentadas pelos EUA e boa parte da Europa). Grandes grupos econômicos, veementes defensores do estado mínimo, agora buscam desesperadamente o socorro do estado. Na prática o que eles desejam é um estado mínimo para o povo, mas o máximo para o mercado.
Está mais do que comprovado que as teses capitalistas e neoliberais não atuam na promoção da humanidade. O mercado não regula nem a si próprio, quanto mais as relações de organização de uma sociedade.

Mesmo diante deste quadro, por que o governo Beto Richa insiste na implementação deste ideário? O Paraná é um exemplo do fracasso político desta visão. Quem, em sã consciência, tem coragem de vir a público defender o PREducação ou os pedágios como modelo exitoso de gestão do estado. Só mesmo aqueles que se beneficiaram financeiramente com tais modelos. No entanto, eles começam a voltar com força em nosso estado e, com certeza, não virão para benefício da população que vive do seu próprio trabalho.

Com a aprovação do PL das Organizações Sociais, o governo Beto Richa inaugura sua fase mais “hard”. Da mesma forma, inicia-se uma nova etapa de atuação dos movimentos sociais e populares de nosso estado. Este é um momento de atenção ao movimento das forças políticas paranaenses. É momento de análise, de muita organização e ação estratégica das forças progressistas.
Finalizo parabenizando cada companheiro e companheira que de alguma forma contribuiu com a resistência à aprovação do PL 915/2011. Esta resistência será decisiva para a disputa do projeto de estado que queremos para o Paraná de agora e do futuro.

Ocupação de Wall Street deixa lições. Aqui discurso de Naomi Klein durante ocupação

Naomi Klein é canadense. Escritora e uma importante ativista da luta contra o sistema  capitalista no  mundo.

” Eu amo vocês.

E eu não digo isso só para que centenas de pessoas gritem de volta “eu também te amo”, apesar de que isso é, obviamente, um bônus do microfone humano. Diga aos outros o que você gostaria que eles dissessem a você, só que bem mais alto.

Ontem, um dos oradores na manifestação dos trabalhadores disse: “Nós nos encontramos uns aos outros”. Esse sentimento captura a beleza do que está sendo criado aqui. Um espaço aberto (e uma ideia tão grande que não pode ser contida por espaço nenhum) para que todas as pessoas que querem um mundo melhor se encontrem umas às outras. Sentimos muita gratidão.

Se há uma coisa que sei, é que o 1% adora uma crise. Quando as pessoas estão desesperadas e em pânico, e ninguém parece saber o que fazer: eis aí o momento ideal para nos empurrar goela abaixo a lista de políticas pró-corporações: privatizar a educação e a seguridade social, cortar os serviços públicos, livrar-se dos últimos controles sobre o poder corporativo. Com a crise econômica, isso está acontecendo no mundo todo.

Só existe uma coisa que pode bloquear essa tática e, felizmente, é algo bastante grande: os 99%. Esses 99% estão tomando as ruas, de Madison a Madri, para dizer: “Não. Nós não vamos pagar pela sua crise”.

Esse slogan começou na Itália em 2008. Ricocheteou para Grécia, França, Irlanda e finalmente chegou a esta milha quadrada onde a crise começou.

“Por que eles estão protestando?”, perguntam-se os confusos comentaristas da TV. Enquanto isso, o mundo pergunta: “por que vocês demoraram tanto? A gente estava querendo saber quando vocês iam aparecer.” E, acima de tudo, o mundo diz: “bem-vindos”.

Muitos já estabeleceram paralelos entre o Ocupar Wall Street e os assim chamados protestos anti-globalização que conquistaram a atenção do mundo em Seattle, em 1999. Foi a última vez que um movimento descentralizado, global e juvenil fez mira direta no poder das corporações. Tenho orgulho de ter sido parte do que chamamos “o movimento dos movimentos”.

Mas também há diferenças importantes. Por exemplo, nós escolhemos as cúpulas como alvos: a Organização Mundial do Comércio, o Fundo Monetário Internacional, o G-8. As cúpulas são transitórias por natureza, só duram uma semana. Isso fazia com que nós fôssemos transitórios também. Aparecíamos, éramos manchete no mundo todo, depois desaparecíamos. E na histeria hiper-patriótica e nacionalista que se seguiu aos ataques de 11 de setembro, foi fácil nos varrer completamente, pelo menos na América do Norte.

O Ocupa Wall Street, por outro lado, escolheu um alvo fixo. E vocês não estabeleceram nenhuma data final para sua presença aqui. Isso é sábio. Só quando permanecemos podemos assentar raízes. Isso é fundamental. É um fato da era da informação que muitos movimentos surgem como lindas flores e morrem rapidamente. E isso ocorre porque eles não têm raízes. Não têm planos de longo prazo para se sustentar. Quando vem a tempestade, eles são alagados.

Ser horizontal e democrático é maravilhoso. Mas esses princípios são compatíveis com o trabalho duro de construir e instituições que sejam sólidas o suficiente para aguentar as tempestades que virão. Tenho muita fé que isso acontecerá.

Há outra coisa que este movimento está fazendo certo. Vocês se comprometeram com a não-violência. Vocês se recusaram a entregar à mídia as imagens de vitrines quebradas e brigas de rua que ela, mídia, tão desesperadamente deseja. E essa tremenda disciplina significou, uma e outra vez, que a história foi a brutalidade desgraçada e gratuita da polícia, da qual vimos mais exemplos na noite passada. Enquanto isso, o apoio a este movimento só cresce. Mais sabedoria.

Mas a grande diferença que uma década faz é que, em 1999, encarávamos o capitalismo no cume de um boom econômico alucinado. O desemprego era baixo, as ações subiam. A mídia estava bêbada com o dinheiro fácil. Naquela época, tudo era empreendimento, não fechamento.

Nós apontávamos que a desregulamentação por trás da loucura cobraria um preço. Que ela danificava os padrões laborais. Que ela danificava os padrões ambientais. Que as corporações eram mais fortes que os governos e que isso danificava nossas democracias. Mas, para ser honesta com vocês, enquanto os bons tempos estavam rolando, a luta contra um sistema econômico baseado na ganância era algo difícil de se vender, pelo menos nos países ricos.

Dez anos depois, parece que já não há países ricos. Só há um bando de gente rica. Gente que ficou rica saqueando a riqueza pública e esgotando os recursos naturais ao redor do mundo.

A questão é que hoje todos são capazes de ver que o sistema é profundamente injusto e está cada vez mais fora de controle. A cobiça sem limites detona a economia global. E está detonando o mundo natural também. Estamos sobrepescando nos nossos oceanos, poluindo nossas águas com fraturas hidráulicas e perfuração profunda, adotando as formas mais sujas de energia do planeta, como as areias betuminosas de Alberta. A atmosfera não dá conta de absorver a quantidade de carbono que lançamos nela, o que cria um aquecimento perigoso. A nova normalidade são os desastres em série: econômicos e ecológicos.

Estes são os fatos da realidade. Eles são tão nítidos, tão óbvios, que é muito mais fácil conectar-se com o público agora do que era em 1999, e daí construir o movimento rapidamente.

Sabemos, ou pelo menos pressentimos, que o mundo está de cabeça para baixo: nós nos comportamos como se o finito – os combustíveis fósseis e o espaço atmosférico que absorve suas emissões – não tivesse fim. E nos comportamos como se existissem limites inamovíveis e estritos para o que é, na realidade, abundante – os recursos financeiros para construir o tipo de sociedade de que precisamos.

A tarefa de nosso tempo é dar a volta nesse parafuso: apresentar o desafio à falsa tese da escassez. Insistir que temos como construir uma sociedade decente, inclusiva – e ao mesmo tempo respeitar os limites do que a Terra consegue aguentar.

A mudança climática significa que temos um prazo para fazer isso. Desta vez nosso movimento não pode se distrair, se dividir, se queimar ou ser levado pelos acontecimentos. Desta vez temos que dar certo. E não estou falando de regular os bancos e taxar os ricos, embora isso seja importante.

Estou falando de mudar os valores que governam nossa sociedade. Essa mudança é difícil de encaixar numa única reivindicação digerível para a mídia, e é difícil descobrir como realizá-la. Mas ela não é menos urgente por ser difícil.

É isso o que vejo acontecendo nesta praça. Na forma em que vocês se alimentam uns aos outros, se aquecem uns aos outros, compartilham informação livremente e fornecem assistência médica, aulas de meditação e treinamento na militância. O meu cartaz favorito aqui é o que diz “eu me importo com você”. Numa cultura que treina as pessoas para que evitem o olhar das outras, para dizer “deixe que morram”, esse cartaz é uma afirmação profundamente radical.

Algumas ideias finais. Nesta grande luta, eis aqui algumas coisas que não importam:

Nossas roupas.

Se apertamos as mãos ou fazemos sinais de paz.

Se podemos encaixar nossos sonhos de um mundo melhor numa manchete da mídia.

E eis aqui algumas coisas que, sim, importam:

Nossa coragem.

Nossa bússola moral.

Como tratamos uns aos outros.

Estamos encarando uma luta contra as forças econômicas e políticas mais poderosas do planeta. Isso é assustador. E na medida em que este movimento crescer, de força em força, ficará mais assustador. Estejam sempre conscientes de que haverá a tentação de adotar alvos menores – como, digamos, a pessoa sentada ao seu lado nesta reunião. Afinal de contas, essa será uma batalha mais fácil de ser vencida.

Não cedam a essa tentação. Não estou dizendo que vocês não devam apontar quando o outro fizer algo errado. Mas, desta vez, vamos nos tratar uns aos outros como pessoas que planejam trabalhar lado a lado durante muitos anos. Porque a tarefa que se apresenta para nós exige nada menos que isso.

Tratemos este momento lindo como a coisa mais importante do mundo. Porque ela é. De verdade, ela é. Mesmo.”

[1] Discurso originalmente publicado no The Nation, em http://www.thenation.com/article/163844/occupy-wall-street-most-important-thing-world-now. Tradução para o português do Brasil, de Idelber Alvelar, da Revista Fórum, em http://www.revistaforum.com.br/conteudo/detalhe_noticia.php?codNoticia=9518/a-coisa-mais-importante-do-mundo-.

Instituído o Dia Nacional da Consciência Negra

Na última quinta-feira (10/11) a presidenta Dilma sancionou a Lei 12.519, que institui o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, a ser comemorado, anualmente, no dia 20 de novembro, data do falecimento do líder negro Zumbi dos Palmares.
A resolução oficializa uma iniciativa bem-sucedida dos movimentos sociais negros, iniciada em meados dos anos mil novecentos e setenta.

Hoje, incorporado ao calendário das escolas e de muitas outras instituições públicas e privadas, o 20 de Novembro destaca-se como um evento cívico vibrante e de grande participação popular.

“As justas homenagens que prestamos a Zumbi e seus companheiros e companheiras exprimem o reconhecimento da nação às lutas por liberdade e pela afirmação da dignidade humana de africanos e seus descendentes que remontam ao período colonial”, declara a ministra da Igualdade Racial, Luiza Bairros.

O Dia Nacional da Consciência Negra já é celebrado em 20 de Novembro e é dedicado à reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira. Apesar do ponto alto da celebração coincidir com o dia da morte de Zumbi dos Palmares, a cada ano as atividades alusivas à data são expandidas ao longo do mês, ampliando os espaços dedicados à reflexão sobre a inserção do negro na sociedade.

Um número cada vez mais significativo de entidades da sociedade civil, principalmente o movimento negro, tem se mobilizado em todo país, em torno de atividades relativas à participação da pessoa negra na sociedade em diferentes áreas: trabalho, educação, segurança, saúde, entre outros temas.

Neste Ano Internacional dos Afrodescendentes – instituído por Resolução da Organização das Nações Unidas (ONU), o Dia Nacional da Consciência Negra ganha caráter internacional. No Brasil, o ápice desta celebração será o AfroXXI – Encontro Ibero-americano do Ano Internacional dos Afrodecendentes, que acontece em Salvador, de 16 a 19 de novembro. O evento reunirá representações de países sul-americanos, caribenhos, africanos e ibero-americanos, em torno de debates acerca da situação atual desses povos nas regiões participantes.

A comemoração do 20 de Novembro como Dia Nacional da Consciência Negra surgiu na segunda metade dos anos 1970, no contexto das lutas dos movimentos sociais contra o racismo. O dia homenageia Zumbi, símbolo da resistência negra no Brasil, morto em uma emboscada, no ano de 1695, após sucessivos ataques ao Quilombo de Palmares, em Alagoas. Desde 1997, Zumbi faz parte do Livro dos Herois da Pátria, no Panteão da Pátria e da Liberdade.

Coordenação de Comunicação
Seppir – Secretaria Especial de Políticas e Promoção da Igualdade Racial

Participe do ato em defesa da candidatura própria do PT

No dia 21 de novembro, vamos realizar um ato pela candidatura própria do PT à prefeitura de Curitiba, nas eleições municipais do próximo ano. Será às 19 horas, na sede do diretório estadual, à alameda Princesa Isabel, 160. Pré-candidato à prefeitura de Curitiba, o deputado estadual Tadeu Veneri (PT) estará neste ato, que vai lançar o manifesto em defesa da apresentação de um projeto genuinamente petista na disputa eleitoral de 2012.
Leia a Carta aos filiados do PT de Curitiba:

http://www.dohms.com.br/sites_columbia/files/tadeuveneri/1/betinha_carta%201.pdf

Feriado de 20 de novembro: construindo um Brasil mais Brasileiro

Escrevi este artigo há dois anos atrás por ocasião do debate sobre a aprovação do feriado municipal do 20 de novembro em Londrina. O artigo traz algumas considerações sobre a importância desta data para a construção histórica do povo brasileiro. Neste momento, o movimento social negro atua na Assembleia Legislativa do Paraná para a aprovação do feriado estadual.

Feriado de 20 de novembro: construindo um Brasil mais Brasileiro

“Uma coisa é um país,
outra um fingimento”.

Propositalmente inicio este texto citando os versos de um dos grandes poetas vivos da língua portuguesa, Afonso Romano de Santana. Ao refletir sobre os 500 anos da chegada dos portugueses ao Brasil, Santana apresenta chagas abertas da construção da nossa identidade nacional. Almejamos um futuro e esquecemos o passado e o presente. “Há 500 anos somos raposas verdes colhendo uvas com os olhos, semeamos promessa e vento com tempestades na boca.”
Os versos de Santana levam-nos a refletir sobre a necessidade de o Brasil encarar dilemas estruturais da sua realidade. Entre estes dilemas, destaco a questão racial, que historicamente tem sido negada ou folclorizada. A instituição do feriado de 20 de novembro, em minha opinião, contribui para que a questão racial brasileira seja colocada em pauta. Questão central para construirmos um país mais verdadeiro, em que a sua síntese dialeticamente represente o conjunto da sociedade brasileira. Assim, me proponho neste artigo a estabelecer algumas reflexões sobre a importância do feriado de 20 de novembro, dia da consciência negra – rumo a uma consciência do Brasil.
O feriado de 20 de novembro – data em que se lembra a morte do líder do Quilombo de Palmares ( Zumbi faleceu em 20 de novembro de 1695) – foi instituído, segundo dados recém divulgados pela SEPPIR ( Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial), em oito estados brasileiros: Alagoas, Amapá, Ceará, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Piauí, Rio de janeiro e Rio Grande do Sul; e em 757 municípios do país. Em Londrina, tramita na Câmara Municipal um projeto de lei similar de autoria do vereador Tito Valle. Londrina tem uma grande oportunidade de dar um passo a frente e ser um dos primeiros municípios do Paraná a instituir o feriado.
Alguns setores da sociedade brasileira têm apresentado críticas em relação ao feriado de 20 de novembro. Como justificativas alegam preocupações com o fechamento do comércio, a paralisação de produção, ou até mesmo, com a falsa idéia de irrelevância da data para o conjunto da sociedade. Em que pese a boa fé de parte dos defensores destas alegações, estas refletem o drama do racismo brasileiro. Estas justificativas contrárias ao feriado de 20 de novembro trazem consigo ,inconsciente ou conscientemente, o medo e o pudor do país ver sua própria imagem refletida no espelho, sem mitos ou falsas metáforas. O reconhecimento da questão racial no país não é possível sem dor, sem responsabilização. Esquecê-la é o caminho mais fácil. Aliás, foi este sentimento que fez com que em dezembro de 1989, Rui Barbosa, através de um Decreto determinasse a queima de todos os documentos referentes à escravidão. Medida colocada em prática com a publicação em 13 de maio de 1891, da Circular nº 29, três anos após a abolição formal. A queima dos documentos liberta a consciência nacional da culpa pela instituição de um dos sistemas de dominação e exploração mais desumano e cruel da história.
Identidade nacional – Ao assumir a questão racial, a sociedade brasileira terá que assumir suas culpas e reconhecer um Brasil diferente, um Brasil de todos. Há muito tempo a elite brasileira tentou omitir o quadro de exclusão social, econômica e política construído para o negro brasileiro. Quadro ainda oriundo do processo histórico da escravização de africanos no país. Para justificar a escravização de negros, a elite econômica da época construiu um conjunto de idéias e interpretações (ideologia de dominação) com o objetivo de inferiorização do africano. O negro foi coisificado, “desalmado”. Assim como o animal “que também não tem alma” poderia ser subjugado. Além disto, propositalmente fez com que todas as contribuições das civilizações africanas à humanidade e a resistência do negro à escravização fosse criminosamente apagada.Uma borracha passada na história e na vida nacional. A elite escravocrata conseguiu o objetivo. Constitui-se assim a figura do africano como um povo primitivo, sem cultura ou saberes. Apagaram da história, por exemplo, que as pirâmides foram construídas por africanos. Que a grande civilização egípcia é uma civilização africana. Que as tecnologias, os conhecimentos de povos africanos foram fundamentais para o desenvolvimento dos ciclos econômicos do Brasil colônia. Aliás, havia o cultivo da cana de açúcar, do algodão e de café nos países europeus? E a tecnologia dos minérios, ferro, ouro. Hoje sabemos que os primeiros grandes navegadores não foram os portugueses e sim povos africanos. Você leitor, sabia que um dos maiores escritores da literatura mundial, Machado de Assis, era negro?
O processo proposital de inferiorização do negro não parou por aí. Toda resistência dos negros ao processo de escravização foi omitido da história. Pouco sabemos dos quilombos. Até pouco tempo imaginávamos quilombo como uma experiência apenas do nordeste brasileiro. No entanto, só aqui no Paraná já foram identificados pelo governo do Estado mais de 80 comunidades remanescentes de quilombos. A resistência negra à escravização se deu de diversas formas: os quilombos, as irmandades religiosas, as associações de trabalhadores, as rebeliões nas fazendas, entre outras. Toda esta história foi deliberadamente escondida. Em seu lugar, aprendemos que os negros eram mais dóceis que os indígenas, que a abolição se deu graças à benevolência da Princesa Isabel, que as grandes contribuições africanas ao país foram no campo da capoeira (embora considerada como crime na legislação nacional por décadas), da culinária, da dança, numa tentativa de folclorização do negro. Estas construções ideológicas deixaram marcas profundas na estrutura e na consciência nacional do país.
Todo este processo de dominação propiciou um quadro de exclusão do negro. Com o fim da escravização, este é jogado à própria sorte. Com o êxito do mito construído da inferioridade do negro, para a elite um projeto de país desenvolvido só seria possível com o embranquecimento da população. Setores dominantes da elite nacional defendiam a necessidade da migração de europeus para o progresso do país. Houve financiamento público para a vinda de europeus para o país. Houve doação de terras da região sul do país. Não questiono este fato. Questiono a falta de políticas públicas que tivessem todos os segmentos da população como destinatários.

“O Brazil não conhece o Brasil” – Cito aqui o verso da bela música interpretada por Elis Regina Querelas do Brasil. O Brasil construiu uma identidade falsa do negro e de si mesmo. E a identidade de um povo ou de uma nação é condição fundamental para a sua emancipação. Este é o sentido do feriado do 20 de novembro. É o próprio povo brasileiro reconstruindo a sua identidade e sua história e lembrando seus heróis. Prefiro muito mais lembrar Zumbi que liderou o Quilombo de Palmares do que ver em ruas da minha cidade nomes de dizimadores de negros e indígenas como Jorge Velho e Borba Gato. Palmares sobreviveu por quase cem anos e, no seu auge ( século 17) chegou a ter mais de 20 mil habitantes. População maior do que a de muitos municípios brasileiros.
Termino este artigo logo após ter visitado, na Biblioteca Nacional no Rio de Janeiro, a exposição sobre João Cândido mais convencido ainda da importância da instituição do feriado do 20 de novembro em nossa cidade e em nosso Estado. Nosso herói João – o Almirante negro – ao liderar a Revolta da Chibata possivelmente tenha sido o protagonista de um dos mais ousados enfrentamento contra a opressão no país.
Valeu João! Valeu Zumbi! Heróis e cidadãos brasileiros.

Luiz Carlos Paixão da Rocha é mestre em educação pela UFPR e professor da rede estadual do Paraná. Atualmente é diretor estadual de imprensa da APP-Sindicato e Integrante do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da UFPR.

Em tempo:
Também tramita na Assembléia Legislativa do Paraná projeto de lei, de autoria do deputado professor Lemos, propondo a instituição do feriado estadual do dia da consciência negra.

Assembleia Legislativa vota nesta segunda-feira (24/10) PL do feriado de 20 de novembro

A instituição do feriado estadual de 20 de novembro é uma importante reivindicação do movimento social negro do Paraná.  Nos municípios de Londrina e Guarapuava já existem leis instituindo o feriado municipal.  Um convite a todo o movimento social negro a estar na Assembleia Legislativa nesta segunda.

 

A Assembleia Legislativa do Estado do Paraná votará na sessão da próxima segunda-feira (24) o projeto de lei 211/11, do deputado Professor Lemos (PT), que institui o feriado estadual do dia 20 de novembro, em homenagem ao aniversário da morte de Zumbi dos Palmares e ao Dia da Consciência Negra. Pelo projeto, o Poder Público Estadual também está autorizado a executar ações comemorativas pela celebração.

A data de 20 de novembro já é lembrada no calendário de todas as escolas. A Lei 10.639/03, em vigor desde 2003, além de tornar obrigatório o ensino da história da África e dos africanos, institui 0 20 de novembro como dia da consicência negra.

Em oito Estados , 0 20 de novembro é comemorado como feriado estadual.

Nesta data, no ano de 1695, Zumbi foi assassinado na Serra Dois Irmãos, em Pernambuco, na repressão ao Quilombo dos Palmares.

Viva Zumbi dos Palmares! Viva mais um herói brasileiro! 

Com informações do Portal: www.app.com.br

Iniciada especialização em educação das relações etnicorraciais

Curso, da UFPR, traz temáticas diversas na produção de conteúdo voltado à promoção da igualdade racial

Professores da rede estadual e municipais de várias cidades do Paraná, representantes de entidades ligadas à promoção de igualdade racial participam do curso de especialização “Educação nas Relações Etnicorraciais”, promovido pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). As aulas iniciaram no último dia 24 de setembro e contou com a presença do presidente do Conselho Estadual de Educação, Romeu Gomes de Miranda.

O curso tem a coordenação do professor doutor Paulo Vinicius Baptista da Silva, do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiro NEAB/UFPR. A primeira aula foi ministrada pelo professor e secretário de Imprensa e Divulgação da APP-Sindicato, professor Luiz Carlos Paixão da Rocha. O foco foi o histórico da lei 10.639/2003, que colocou como obrigatório o ensino da história da África e da cultura afro-brasileira nas escolas.   

Durante a aula, vários professores trouxeram exemplos da forma como vem sendo tratada a temática da lei. Alguns exemplos positivos de contribuição no fortalecimento da legislação, outros nem tanto. Foi apontado que muitas escolas tratam a questão apenas durante o período de 20 de novembro, e não incluindo diretamente no currículo ao longo do ano.

Uma das situações mais chocantes apresentada foi a de uma representação que uma escola que promoveu onde as crianças brancas encenaram que estavam chicoteando as crianças negras. O grupo debateu a falha na condução de um processo como este, em que não há percepção crítica do ensino baseado na lei e que coloca a necessidade de ensinar e mostrar aos alunos a importância da população negra como agente contribuinte da construção na nação brasileira a partir de sua história e cultura.

O professor Paixão destacou a importância do curso em que é possível socializar as experiências e apresentar situações concretas de ações positivas, trazendo, assim, um salto de qualidade. Para o secretário da APP, é preciso estar atento a falta de conhecimento que acaba reforçando estereótipos, criando construções negativas e preconceituosas no ambiente escolar.

Durante o encontro os professores puderam retomar alguns conhecimentos, com relação ao histórico da inclusão do ensino da cultura afro-brasileira e africana na sala de aula. Foi apresentando as mobilizações do movimento social que, ao longo do século 20 e nos primeiros anos do século 21, foram responsáveis pela pressão para criação da lei 10.639/2203.

Para Paixão, a realização de um curso de pós-graduação de educação étnicorracial na UFPR é de suma importância para a sociedade paranaense. Ele afirma que a iniciativa promove para a universidade a produção teórica mais avançada no campo da promoção da igualdade social e racial. “Isto vai propiciar que os educadores das redes estadual e municipais possam a partir da teoria aprimorar o trabalho cotidiano dos educadores nas escolas. Além disso, a experiência que os educadores trazem no cotidiano escolar garante um aprofundamento maior na temática”, afirmou.

Para o representante da ACNAP Jaime Tadeu, participar do curso de especialização garante uma soma no conhecimento e uma oportunidade de socializar experiências. “Consigo somar a experiência da militância com a teoria. E a questão da metodologia que iremos adquirir aqui é um conhecimento muito rico para aprimorar o trabalho na sala de aula”, diz.

Durante os debates, os professores enfatizaram seu interesse em multiplicar o conhecimento que estão adquirindo para os demais da rede em que fazem parte. Para a pedagoga Monica Luiza Simião, a falta de conhecimento reforça estereótipos no ambiente escolar, frisando sempre a questão da escravidão, deixando de lado importantes contribuições que a população negra realizou na formação da identidade nacional, presente na história do país.

Para a professora Evelyn Cristiane Cordeiro, do Colégio Estadual Guaraituba, existe uma certa resistência por parte de alguns professores para trabalhar a temática “É preciso quebrar essa resistência que alguns professores demonstram. Muitos não aceitam a abordagem no conteúdo. E já existem muitos materiais. O que falta mesmo é vontade para quebrar o preconceito. E a informação que estamos adquirindo aqui é prioridade para reduzir essa situação”, disse.

O curso finaliza no final de 2012 e acontece todos os sábados na UFPR, sempre trazendo professores com temáticas diversas na produção de conteúdo voltado à promoção da igualdade racial.

Texto cedido pela jornalista Eli Antonelli

MESTRE CAFUNÉ DA BAHIA É O CONVIDADO ESPECIAL PARA O I SEMINÁRIO DE CAPOEIRA REGIONAL DE LONDRINA

Nos dias 21 e 22 de outubro ocorre o I Seminário de Capoeira Regional de Londrina. O evento promovido pelo grupo Quilombo com apoio do Núcleo de Estudos Afro-brasileiro- NEAA, Usina Cultural, Centro Social Marista, grupo Rua Dança a Cidade e Di Fiori Panificadora,  recebe como convidado especial o Mestre Cafuné  da Bahia, que falará para o público sobre sua trajetória na capoeira e sua vivência como discípulo do famoso mestre Bimba, referência na capoeira regional. 

Mestre Cafuné trabalha com Nenel na administração da Fundação Mestre Bimba e na Filhos de Bimba Escola de Capoeira, onde além de colaborar nas aulas, participa nas 5ª feiras da turma do Bimba e aos sábados nas rodas abertas da Fundação. Mestre Cafuné viaja atualmente para vários lugares levando seu conhecimento, energia e vivências da cultura afro-brasileira. O Mestre destaca sua expectativa na visita à cidade de Londrina “Minha alegria em poder repassar um pouco da minha vivência com meu Mestre Bimba e mostrar aos jovens meus exemplos na aprendizagem da capoeira”, diz  .

 A idéia de trazer o Mestre Cafuné surgiu em Bauru na Inauguração da Praça Mestre Bimba quando o professor Marcio Triachini, do grupo Quilombo, entrou em contato com o Mestre pela primeira vez “Ao conversar com ele e perceber o conhecimento transmitido em sua fala me ocorreu a ideia de chamá-lo para o evento o qual realizo todos os anos. Ele mostrou grande interesse em conhecer o trabalho e a cidade de Londrina. Será a 1 ª vez que algum descendente direto do Mestre Bimba estará na cidade para participar de um evento realizando palestra e participando de um batizado e troca de cordões”, destaca.

Mestre Bimba nasceu em 1899 e seus primeiros passos na capoeira ocorreram num período crítico em que a capoeira era proibida. Mestre Bimba incorporou na capoeira o Batuque, denominou “Luta Regional Baiana”, para driblar o fato da arte ser criminalizada desde o império. Em 1953 Getúlio Vargas assistiu uma apresentação de capoeira de Mestre Bimba e seus discípulos e disse que a arte deveria ser o esporte nacional, baixou um decreto que a tornou legal.  Mestre Cafuné destaca que a capoeira hoje é praticada em várias partes, inclusive na escola “É interessante ver esta busca do saber popular, a capoeira contribui na formação dos jovens, pois passa os conceitos de disciplina, atrai o jovem para o ensino, fortalece a autoestima e contribuiu na socialização e na inserção profissional”, diz

Mestre Bimba criou um método de ensino diferenciado Foi o criador da cerimônia de Batizado, que é a festa de iniciação do calouro ao mundo da capoeira. Ação que ocorrerá no dia 22 com cerca de 30 alunos do Centro Social Marista coordenado pelo professor Marcio. O professor destaca a importância da capoeira e qual é a sensação de participar de uma roda “No ritual você sente jogando, joga sentindo a, alegria da vida. Com esperança no canto, relembra o passado, um passado sofrido, de um povo movido pela esperança e amor. Aprende que liberdade não tem preço nem tem hora pra chegar. Mas que para se libertar é preciso um agir consciente e deve-se fazer consciente no agir e no pensar”, reflete.

O professor Marcio chama atenção para a apresentação dos jovens na sexta-feira “O público presente irá surpreender-se com os meninos, pois faremos uma apresentação que vai contar a história da capoeira na década de 1930 e 1950 com foco no Rio de janeiro”, diz. A apresentação é baseada na ópera do malandro, os jovens que compõem o grupo tem idade de 11 a 17 anos.

O evento é destinado a capoeiristas, apaixonados pela arte da capoeira e público em geral. Outro público específico esperado são professores que estejam atentos e engajados na legislação focada no ensino da cultura afro-brasileira, que trata a lei 10.639/2003.

Uma festa de integração cultural

Na sexta-feira haverá a apresentação do grupo RUA DANÇA A CIDADE, coordenada pelo educador Édio Elias Gonçalvez. O projeto é patrocinado pela Secretaria Municipal de Londrina trabalha a arte do hip hop.  O professor Marcio dá aulas para os jovens dois dias por semana e explica que o hip hop brasileiro tem forte influência da capoeira, por meio de sua movimentação “Na arte da dança é utilizado a questão do improviso, a movimentação de chão e fazemos um resgate histórico com os jovens”, conta. Os alunos já apresentaram em várias cidades inclusive no Festival Internacional ocorrido em Joinville.

Para fechar as atividades a  Associação de Ogãs, formada por adeptos da religião de matriz africana fará a festa com a realização de um tradicional samba de roda. O presidente da Associação Ogã Carlinhos afirma que a arte se integra a capoeira como forma de celebração de festa entre os capoeiristas “Normalmente ocorrem no término da roda onde as pessoas sambam no centro”, conta.  

Programação

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