Mulheres e negros continuam a receber menores salários.

Nos últimos 14 anos, o Produto Interno Bruto (PIB) per capita do Brasil cresceu 21,7% e saltou de R$ 4.4 mil (1995) para R$ 5.4 mil em 2009. É o que mostrou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em sua pesquisa “Indicadores de Desenvolvimento Sustentável (IDS) 2010”.

Segundo o IBGE, as maiores taxas anuais de crescimento do PIB per capita foram apuradas nos anos finais da série, com exceção de 2009, quando os efeitos da crise internacional afetaram o desempenho da economia brasileira.

Entre os estados, o Distrito Federal teve o maior PIB per capita do País (R$ 40.696,00), quase o dobro do Estado de São Paulo (R$ 22.667,00), segundo lugar. O Rio de Janeiro ocupa a terceira posição (R$ 19.245,00), seguido por Espírito Santo (R$ 18 003,00) e Santa Catarina (R$ 17.834,00). “O indicador tem melhorado um pouco em alguns Estados e representa alterações relativas, embora discretas, na posição por unidade da Federação”, afirmou um dos técnicos da pesquisa, Wadih João.

Mesmo com o incremento econômico do país e a melhoria nos índices, o Brasil continua tratando de forma diferenciada, as mulheres e os negros. Devido ao percentual de apenas 6% de autodeclaração de pessoas de cor preta, o IBGE agrupou as informações relativas às pessoas autodeclaradas de cor parda.

No ano de 2008, o rendimento médio mensal das pessoas de 10 anos ou mais de idade alcançou R$ 1.019,00, enquanto em 1992 equivalia a R$ 773,00, equivalente a um aumento de 32%. Já os números mostram que a população de cor preta e parda tem rendimentos 44% menores que os brancos. As conseqüências desses números distantes

refletem em outros índices, como a taxa de alfabetização das pessoas de 15 anos ou mais de idade, que é de 86,4% para pretos e pardos e de 93,8% para brancos; e a escolaridade (média de anos de estudo) das pessoas de 25 anos ou mais de idade, que é inferior

em dois anos de estudo para os pretos e pardos em relação aos brancos.

As mulheres, apesar de terem alcançado melhores indicadores educacionais, ainda recebem rendimentos em média de 33% inferiores aos dos homens, proporção que não se altera desde 2005.